terça-feira, 19 de julho de 2011


Nossa terra amada

Olho para o lado

Vejo meu pai

Se nada

A seca veio ate nós

Nunca soube o real significado de “seca”

Sempre ouvi historias

Cantaroladas por homens de pele parda

Mas não era aquilo que me contaram

Veio devastando o meu mundo

Até meu primeiro companheiro morrera

Todos os passos do meu pai

Acabaram em palhas secas

Aquela história...

Em outrora linda, agora;

Foi queimada junto com a esperança

Meu pai desesperado

Chorando amargurado

Liga para o meu avô

Meu avô de uma terra tão longe

Fala para ao meu pai:

-Venha a uma terra distante

Meu pai desesperados

Pega meus irmãos

E sai sem da explicação.

Na estrada minha Irma

Já amargurada

Pede para o meu pai

-pai, vamos voltar para nossa terra amada

Com uma resposta curta o meu pai fala;

-menina me mostra à bunda

Minha Irma quase sem energia

Levitando para o céu da vida

E o destino da minha Irma acabaria?

E meu pai

Arrependido

Pede ao nosso santo

-de vida a minha filha

Mas as preces foram em vão

O motorista

Do ônibus

Desesperado

Para o carro em uma cidadezinha

Meu pai corre desesperado

A um hospital que não tinha

Minha Irma morre ao seu lado

Perdemos a hora e ficamos acordados

Depois disso meu pai

Sem o visto

Pega o corpo

E vai para a terra do meu avô amado

Chegando La

Meu avô com muita dor

Pergunta

-Cadê minha neta Dasdor

Meu pai em prantos

Mostra La no canto

Uma caixa apelidada de caixão

Meu avô corre desesperado

Pergunta,

- o que eu fiz de errado?

Meu pai com lagrimas correndo

Fala ao meu avô

Me ajude porque, eu não esqueço a dor

Meu avô quase com poucas

e nulas palavras, fala:

-não quero um filho que matou Dasdor

Meu pai em uma cidade grande

Sendo, um grade homem

Se vê desesperado

Com dois filhos do lado

Corre procura o primeiro emprego

Um emprego em curto prazo

Bom eu acho que era um pedreiro

Meu pai que era vaqueiro, cangaceiro

Se vê um empregado

Com má remuneração

De da do no coração

50 anos se passaram

Hoje meu irmão

Com roupa lavada e passada

Mas preso em uma ladra

Não ver mas um futuro

Só vê a cela quadrada

Meu pai que sofreu na mata

Hoje com água encanada

Não tem a saca que tirou

A vida dos meus irmãos

Meu pai que foi o meu heroi

Talvez montado de caubói

Trouxe minha família

Para ao nosso lar chamado; Brasília.

Hoje com 50 anos

Talvez levianos

Para a historia dos vacanianos

Meu pai um homem feito

Um velho encrenqueiro

Ver-se orgulhosos

De ter um filho; bombeiro

Hoje em época de chuva

Meu pai enxugar as lagrimas

Lembrando da nossa terra

“Amada”.

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