Nossa terra amada
Olho para o lado
Vejo meu pai
Se nada
A seca veio ate nós
Nunca soube o real significado de “seca”
Sempre ouvi historias
Cantaroladas por homens de pele parda
Mas não era aquilo que me contaram
Veio devastando o meu mundo
Até meu primeiro companheiro morrera
Todos os passos do meu pai
Acabaram em palhas secas
Aquela história...
Em outrora linda, agora;
Foi queimada junto com a esperança
Meu pai desesperado
Chorando amargurado
Liga para o meu avô
Meu avô de uma terra tão longe
Fala para ao meu pai:
-Venha a uma terra distante
Meu pai desesperados
Pega meus irmãos
E sai sem da explicação.
Na estrada minha Irma
Já amargurada
Pede para o meu pai
-pai, vamos voltar para nossa terra amada
Com uma resposta curta o meu pai fala;
-menina me mostra à bunda
Minha Irma quase sem energia
Levitando para o céu da vida
E o destino da minha Irma acabaria?
E meu pai
Arrependido
Pede ao nosso santo
-de vida a minha filha
Mas as preces foram em vão
O motorista
Do ônibus
Desesperado
Para o carro em uma cidadezinha
Meu pai corre desesperado
A um hospital que não tinha
Minha Irma morre ao seu lado
Perdemos a hora e ficamos acordados
Depois disso meu pai
Sem o visto
Pega o corpo
E vai para a terra do meu avô amado
Chegando La
Meu avô com muita dor
Pergunta
-Cadê minha neta Dasdor
Meu pai em prantos
Mostra La no canto
Uma caixa apelidada de caixão
Meu avô corre desesperado
Pergunta,
- o que eu fiz de errado?
Meu pai com lagrimas correndo
Fala ao meu avô
Me ajude porque, eu não esqueço a dor
Meu avô quase com poucas
e nulas palavras, fala:
-não quero um filho que matou Dasdor
Meu pai em uma cidade grande
Sendo, um grade homem
Se vê desesperado
Com dois filhos do lado
Corre procura o primeiro emprego
Um emprego em curto prazo
Bom eu acho que era um pedreiro
Meu pai que era vaqueiro, cangaceiro
Se vê um empregado
Com má remuneração
De da do no coração
50 anos se passaram
Hoje meu irmão
Com roupa lavada e passada
Mas preso em uma ladra
Não ver mas um futuro
Só vê a cela quadrada
Meu pai que sofreu na mata
Hoje com água encanada
Não tem a saca que tirou
A vida dos meus irmãos
Meu pai que foi o meu heroi
Talvez montado de caubói
Trouxe minha família
Para ao nosso lar chamado; Brasília.
Hoje com 50 anos
Talvez levianos
Para a historia dos vacanianos
Meu pai um homem feito
Um velho encrenqueiro
Ver-se orgulhosos
De ter um filho; bombeiro
Hoje em época de chuva
Meu pai enxugar as lagrimas
Lembrando da nossa terra
“Amada”.
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